25/02/2013

picante ou não picante, eis a reacção

Tanto eu como o João somos adeptos de comida picante, forte, que desperte as pupilas gustativas. Chegou a um ponto em que demos por nós a temperar tudo (quase tudo...) com piri-piri, fosse em pó, fosse com malaguetas, fosse como fosse.

Foi uma fase, como muitas outras na cozinha... Vamos experimentando alguns temperos e é até uma forma de descobrir boas combinações e sabores inesperados.

Independentemente de andarmos mais moderados no que se refere a picantes, não dizemos que não a pratos mais condimentados ou molhos mais fortes.

O que é engraçado é perceber a tolerância das várias pessoas ao picante. E sobre isto, tenho dois episódios caricatos para contar...

O primeiro foi num jantar de uma amiga, num restaurante goês (sobre o qual escreveremos). Só um ou dois pratos é que eram possíveis de pedir sem picante, o resto, dada a gastronomia e devido ao facto de ser um restaurante verdadeiramente goês, quase que pegava fogo na boca.

Enquanto que eu e o João (e as outras pessoas) nos deliciávamos com o que comíamos (xacuti, sarapatel, caril goês...), um dos convidados estava verdadeiramente em sofrimento, acusando logo pouca tolerância nas chamuças. 

Confesso que até para mim estava um bocadinho além do limite, embora tenha conseguido suportar perfeitamente. Bem, mas o que é curioso é ver as diferentes reacções das pessoas, sendo que há umas que não toleram mesmo e logo na primeira garfada têm de ser socorridos por qualquer coisa que se beba e que refresque. 

O segundo episódio foi no restaurante Artis (cujas batatas bravas têm um molho bem picante): eu e o João estávamos a deliciar-nos com as batatas bravas e com o pica-pau de porco cujo molho também é picante e ao nosso lado estava um casal de turistas, a decidir o que pedir. Como olharam várias vezes para a nossa mesa e nos viram a devorar as batatas de forma tão gulosa, acabaram por pedir uma dose. 

Quando provaram a primeira batata pegaram imediatamente na bebida e beberam-na sofregamente! As caras revelaram uma desilusão enorme por o molho ser tão picante e começaram a escolher as batatas que não estavam "contaminadas". Imagino que lhes tenha passado pela cabeça que éramos loucos por suportar o molho...

A verdade é que a tolerância ao picante pode ser influenciada pelo hábito, é possível ir habituando o paladar e torná-lo mais tolerante. A mãe do João, por exemplo, que não gostava nada de comida picante, aos poucos está a tornar-se mais tolerante.

E vocês, gostam de comida picante ou nem por isso? 








Raquel


2 comentários:

Ondina Maria disse...

Adoro comida picante mas quando cozinho tenho que moderar o seu uso, pois o Vel fica um pouco "aflito" :D

Comida de conforto disse...

Adoro comida picante, mas como em tudo, com equilibrio. Na minha opinião há receitas que, sem picante, perdem metade da graça.