18/01/2012

viagens e sítios - Madrid

Madrid* não acaba, as suas ruas prolongam-se sem sabermos o seu início ou o seu fim e, por isso, andamos por elas sabendo sempre que estamos perto. Perto de alguma coisa. De praças largas, arcadas, jardins e avenidas, ruas e locais inesperados.

A banda sonora de Madrid pode ser descrita pela música de fundo, ou  chamemos-lhe antes ruído, das pessoas a andar e a falar, dos vendedores de rua, pelo som dos copos e pratos a serem pousados nas mesas das incontáveis esplanadas que decoram toda a cidade.

Por todo o lado sentimos um permanente odor a comida que nos leva a experimentar mais um local e a parar para ver mais um cardápio.  

Todo esse movimento e toda esta vida que se mantém durante a noite, torna Madrid uma cidade difícil de penetrar à primeira. As ruas sem princípio nem fim fazem da cidade um labirinto orgânico onde no entanto sabemos, no fim, encontrar tudo.

Apesar de ser uma cidade com muitas pessoas, em muitas zonas parece que não damos por elas devido à largura e espaço das ruas, avenidas e praças. No entanto, se olharmos à nossa volta, não faltam pessoas e famílias a pousar junto dos principais marcos da cidade.

À primeira vista Madrid pareceu-nos ser agressiva. Aos poucos, e ao visitar os seus três principais museus, demo-nos conta de que afinal é uma cidade sensível. Essa sensibilidade, podemos também pressenti-la no bom gosto dos edifícios e na sua excepcional conservação, nos jardins ou até mesmo nos sem-abrigo que encontramos na rua a ler um livro.

Ao mesmo tempo Madrid consegue ser uma cidade prática, com lojas de conveniência em cada esquina, hotéis, hostels e pensões para os mais variados bolsos, já para não mencionar a enorme oferta de sítios onde comer, petiscar, beber e descansar. 

É de louvar a quantidade de sombras e de bancos de rua  que a cidade tem, tornando fácil de suportar os seus quentes dias de Verão. 

Um dos aspectos mais desagradáveis é a quantidade de lixo no chão, sendo comum as pessoas não usarem os caixotes do lixo, numa lógica de «já não preciso disto, vai para o chão». 

Conduzir nesta cidade é um acto heróico e desnecessário, uma vez que a rede de transportes públicos é rápida e confortável.

Madrid é também uma cidade de escolhas, na impossibilidade de visitar, ver e fotografar tudo o que nos tem para oferecer, cresce a vontade de lá voltar e de lá nos voltarmos a perder. 


Raquel

* Visitámos Madrid em Agosto de 2011


7 comentários:

Saltos Altos Vermelhos disse...

Adorei Madrid! E o ambiente do Mercado San Miguel é único! Parabéns pelo projecto.

les bons vivants disse...

Saltos Altos Vermelhos,

também gostámos muito! O Mercado de San Miguel é de fazer crescer água na boca! Obrigada pela visita :)

Jibóia Cega disse...

Gostei bastante da vossa descrição da cidade. Como turistas conseguiram chegar muito perto do que Madrid realmente é. Uma nota para o facto de terem visitado a cidade em plenas Jornadas Mundiais da Juventude e quando Madrid está despida de madrileños e apenas ficam os guiris (estrangeiros).

Se voltarem terei todo o prazer em dar-vos a conhecer outros recantos que eventualmente não terão visitado, principalmente de comes e bebes ;)

les bons vivants disse...

Jibóia,

gostámos muito de estar em Madrid. De facto, a quantidade enorme de turistas ainda se notou mais por causa da altura em que fomos, apanhámos muitos em Barcelona também.

Para o próximo fim-de-semana vamos andar para esses lados (não Madrid, Barcelona). Alguma dica?

Obrigada!

Jibóia Cega disse...

Oi! fui duas vezes a Barcelona e conheço mal aquilo. Uma vez fiquei nos arredores e a outra numa casa particular em Gràcia que é um dos bairros residenciais mais típicos.

De qualquer forma comi bem genericamente em qualquer boteco por lá.

Juanna disse...

Bom, eu vivo em Madrid e acho que é uma cidade muito mais limpa que Lisboa (sou oriunda de). É verdade que dentro dos estabelecimentos o chão está muitooooo mais sujo porque eles atiram tudo para o chão mas nas ruas não acho :)

les bons vivants disse...

Juanna,

se calhar tivemos azar! Mas a verdade é que a sujidade era visível na rua, em alguns locais, com lixo pelo chão ou mal amontoado junto de contentores.

Obrigada pelo comentário!